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Instrumentos
É muito difícil determinar com precisão a data de inserção de um determinado instrumento musical na capoeira. Além disso, em alguns livros e relatos, folcloristas, capoeiras e pesquisadores em geral descrevem as histórias dos instrumentos de forma definitiva, o que provavelmente corresponde à capoeira que vivenciaram, acabando por chegar a algumas conclusões contraditórias.
O primeiro registro de um instrumento musical relacionado com o jogo da capoeira aparece no início do século XIX, em 1835. Nessa ocasião, o artista Johann Moritz Rugendas apresenta na gravura de nome "Dança da Guerra", o jogo da capoeira sendo brincado ao som de uma espécie de tambor. Esse registro é importantíssimo e clássico na capoeira, pois comprova a utilização do tambor durante uma vadiação " ou seria treinamento para luta? - de capoeira do século XIX. Porém não significa que nesta época não existissem outros instrumentos musicais associados ao jogo. Aquela foi a forma retratada por Rugendas, não excluindo a possibilidade da presença de outros instrumentos. Essa pode ter sido a capoeira que Rugendas viu e viveu durante sua estadia no Brasil. Porém, o mais importante é o registro da capoeira como manifestação muito difundida no início do século XIX, e da importância dos instrumentos musicais no jogo.
Seguindo os registros históricos, podemos perceber que a introdução de alguns instrumentos musicais utilizados atualmente é recente. Tudo indica que instrumentos como o agogô e reco-reco foram associados ao jogo da capoeira no século XX. Muitos aparecem com a criação do Centro Esportivo de Capoeira Angola de Mestre Pastinha, ou seguindo a criatividade dos capoeiras. Há relatos de outros instrumentos presentes também no ritual da Angola, ou na Capoeira primitiva da Bahia, como é o caso da palma-de-mão e até da Viola (vide depoimento de Mestre Pastinha). Pastinha se referia à Capoeira Santamarense, onde segundo o Etnomusicólogo Thiago de Oliveira Pinto a Capoeira, o Samba e o Candomblé sempre tiveram uma interação muito forte.
Berimbau
O berimbau é que cria o clima e dita o jogo que vai acontecer na roda. Dizem os velhos mestres: "O berimbau ensina !"
Os berimbaus criam uma corrente e uma vibração que, junto com as palmas, os cantos, o pandeiro e o atabaque, influenciam os jogadores.
Existem três tipos de berimbau:
Gunga: de som mais grosso, faz o papel de contrabaixo: marca o ritmo e faz a marcação do toque, tem uma cabaça maior e raramente executa uma virada durante a melodia;
Médio: ou de centro, ou simplesmente "berimbau", dobra em cima do ritmo básico do Gunga: é como se fosse o violão, ou guitarra de ritmo; Tem um som regulado entre o grave do Gunga e o agudo do Violinha, tem uma afinação mediana que permite ao tocador executar a melodia fazendo o solo da música. É permitido ao tocador de um médio a execução de algumas viradas e alguns toques de repique. Porém, com moderação, para não abafar o Violinha e nem destoar do Gunga, pois o médio é que faz o apoio ao som do Gunga e a base do som do Violinha é ele que determina o toque que será feito para o jogo.
Viola: ou violinha, é o berimbau de som mais agudo; faz os "contratoques" e improvisos: equivaleria ao violão ou guitarra-solo; Tem uma cabaça pequena e bem raspada por dentro para ficar bem fina, tem um som agudo e faz apenas o papel de executar as viradas e floreios dentro da melodia. Seu som é baseado ao som médio e do Gunga ao mesmo tempo, é o Violinha que "enfeita" a música da roda.
O berimbau é feito com um arco de madeira (chamada biriba), e com um fio de arame preso nas duas extremidades desse arco. Uma cabaça com uma abertura em um dos lados é presa à parte inferior externa do arco, aproximadamente de 20 a 25 centímetros da ponta do instrumento, com um pedaço de corda. Essa corda é também amarrada em torno do fio de arame, e quando pressionada ela altera o som do mesmo. Os tons do berimbau são modificados pela aproximação e afastamento da cabaça em relação ao corpo do músico, assim abrindo ou fechando o buraco.
Um bom capoeira é "obrigado" a saber tocar os três tipos de berimbau e executar suas viradas quando possível. É o tocador do médio que ordena o toque e dá a senha para a saída do jogo. Numa roda de capoeira quando o jogo é de Angola, usa-se o trio completo de berimbaus, juntamente com o atabaque e dois pandeiros.
Os outros 3 componentes: o dobrão, que é segurada contra o arame, uma pequena vareta para tocar o fio (baqueta), e o caxixi. Também é conhecido por vários outros nomes como urucungo, orucungo, oricungo, uricungo, rucungo, berimbau de barriga, gobo, marimbau, bucumbumba, gunga, macungo, matungo e rucumbo. Em Cuba é chamado de sambi, pandigurao, gorokikamo e burumbumba.
Pandeiro
Instrumento de percussão, de origem indiana que requer considerável técnica para ser tocado.
Pandeiros podem ter peles de couro ou de plástico. Eles existem em diferentes tamanhos, com os de 10 e 12 polegadas sendo os mais comuns. As peles de couro produzem uma qualidade de som melhor, mas apresentam problemas de afinação causados por alterações climáticas, logo as peles de plástico são mais encontradas. O pandeiro é segurado por uma das mãos, enquanto a ponta dos dedos, o polegar e a base da outra mão são usados para tocar a pele do lado de cima. Os tons abertos e fechados podem ser obtidos através do uso do polegar ou do dedo médio da mão que segura o instrumento. O polegar pode abafar a pele do lado de cima, o dedo médio pode abafar o lado de baixo.
Foi introduzido no Brasil pelos portugueses, que o usavam para acompanhar as procissões religiosas que faziam. É o som cadenciado do pandeiro que acompa nha o som do caxixi do berimbau, dando "molejo" ao som da roda. Ao tocador de pandeiro é permitido executar floreios e viradas para enfeitar a música.
Atabaque
Instrumento de origem árabe, que foi introduzido na África por mercadores que entravam no continente através dos países do norte, como o Egito. É geralmente feito de madeira de lei como o jacarandá, cedro ou mogno cortada em ripas largas e presas umas às outrascom arcos de ferro de diferentes diâmetros que, de baixo para cima dão ao instrumento uma forma cônico-cilíndrica, na parte superior, a mais larga, são colocadas "travas" que prendem um pedaço de couro de boi bem curtido e muito bem esticado. É o atabaque que marca o ritmo das batidas do jogo. Juntamente com o pandeiro é ele que acompanha o solo do berimbau.
Caxixi
O caxixi é instrumento idiofone do tipo chocalho, de origem africana. É um pequeno cesto de palha trançada, em forma de campânula, pode ter vários tamanhos e ser simples, duplo ou triplo; a abertura é fechada por uma rodela de cabaça. Tem uma alça no vértice. Possui pedaços de acrílico, arroz ou sementes de Tinquim secas no interior para fazê-lo soar. É usado principalmente como complemento do berimbau. A mão direita que segura a vareta entre o polegar e o indicador, segura também o Caxixi, com o médio e o anular, Desta maneira, cada pancada da vareta sobre a corda é acompanhada pelo som seco e vegetal do Caxixi.
Agogô
Instrumento musical formado por dois cones metálicos unidos por um arco também de metal, o agogô é outro instrumento muito presente na cultura afro-brasileira. Sua entrada no Brasil aconteceu com a chegada dos negros africanos. Inclusive o vocábulo agogô é de origem nagô e significa sino. Assim como no caso do reco-reco, sua aparição inicial nas baterias de capoeira ocorreu, possivelmente, através dos mestres Pastinha e Canjiquinha.
Presente em diversas danças e ritmos da cultura popular, sua maior participação é muito comum no samba e nos terreiros, nas cerimônias religiosas afro-brasileiras.
Reco-reco
Instrumento comumente feito de um gomo de bambu, ou até mesmo uma cabaça alongada, com sulcos e tocado com uma vareta. Também aparece em construção de metal contendo molas ao invés de sulcos, como pude assistir em roda de mestre Curió. Acredita-se na sua origem africana, uma vez que sempre esteve ligado às manifestações afro-brasileiras. Atualmente, se mostra presente principalmente no samba, mas também empresta seu ritmo à outros folguetos como o lundu e até mesmo o reggae. O reco-reco históricamente parece ter sido introduzido na capoeria através do Centro Esportivo de Capoeira Angola de mestre Pastinha.
TOQUES DE CAPOEIRA
Os diferentes ritmos utilizados na capoeira, como tocados no berimbau, são conhecidos como toques. Estes são alguns dos toques mais comumente utilizados:
- Angola
- São Bento Grande de Bimba
- São Bento Grande de Angola
- São Bento Grande
- São Bento Pequeno
- Iúna
- Cavalaria
- Samango
- Santa Maria
- Banguela
- Amazonas
- Idalina
- Regional de Bimba
Angola
É o toque para um jogo de dentro lento rasteiro, praticado com a mão no chão, chamado jogo de angola, onde o capoeirista mostra força e equilíbrio; é jogo solto de mandingueiro. Essa é a origem da capoeira.
São Bento Grande de Bimba
Este toque foi criado por Mestre Bimba. É chamado também de São Bento Grande da Regional. Toca-se ele com um berimbau médio, dois pandeiros de cada lado fazem parte da formação da bateria (a essa formação instrumental dá-se o nome de “charanga”). É um toque que transmite muita energia e exige dos capoeiras muita técnica e atenção.
São Bento Grande de Angola
Esse toque é utilizado no jogo de Angola, é tocado com o berimbau viola e fazendo repiques. Mas também há grupos de capoeira que usam o toque São Bento Grande de Angola para jogar “regional” um jogo rapido e de floreios.
São Bento Grande de Angola seria o mesmo que a capoeiragem do tempo dos escravos, apenas assim denominada e talvez com algumas modificações. Angola, como também é conhecida, é um jogo onde predominam rasteiras e cabeçadas. É um jogo lento e cheio de armadilhas. Geralmente costuma ser um jogo baixo, com bastamte movimentos próximos ao chão.
São Bento Grande
O toque de São Bento Grande corresponde ao toque do terceiro ritmo. Quando o gunga o toca, o berimbau médio executa o São Bento Pequeno e a viola toca o São Bento Grande. Nesse momento a luta é enfatizada no jogo, exigindo velocidade de reflexos.
São Bento Pequeno
São Bento Pequeno é um toque de berimbau cadenciado e lento. Ele é executado com duas batidas apenas com o apoio do dobrão sobre o aço, seguida rapidamente de uma terceira batida marcada pelo dobrão, uma batida no aço solto e um balanço do caxixi.
Iúna
É usado apenas para o jogo dos mestres. Neste toque, aluno é plateia, não joga nem bate palmas, jogam apenas os mestres e contra-mestres e algum instrutor, professor ou aluno graduado se, por ventura, seu mestre autorizar e lhe ceder a vez de jogar. No toque de Iúna não há canto.
Dentre estas habilidades, podemos citar: saltos, piruetas, firulas, paradas-de-mão, etc
Mestre Bimba costumava desenvolver neste ritmo a chamada “cintura-desprezada” ou “balões cinturados” que consistía em uma seqüência de balões (movimentos em que um jogador é lançado para o alto e precisa cair em pé), geralmente exigido ao aluno graduado.
Cavalaria
Em capoeira, cavalaria é o toque de alerta máximo ao capoeirista. É usado para avisar o perigo no jogo, a violência e a discórdia na roda. Na época da escravidão, era usada para avisar aos negros capoeiras da chegada do feitor. Na República, quando a capoeira foi proibida, os capoeiristas usavam a “cavalaria” para avisar da chegada da polícia montada, ou seja, da cavalaria.
Samango
Toque onde a acústica da barriga é enfatizada. Era utilizado para mostrar que existia a aproximação de pessoas no local onde estava sendo executado e acompanhava a velocidade das passadas, aumentando com a aproximação.
No Brasil, principalmente no nordeste, diz-se do soldado razo, sem qualquer patente e/ou iniciante na polícia.
Diz-se, ainda, daqueles que são abobalhados, sem malícia para brincadeiras pesadas e/ou maliciosas.
Santa Maria
Na capoeira, Santa Maria é o toque usado quando o jogador coloca a navalha no pé ou na mão. Um dos toques mais bonitos do berimbau, o tocador precisa desenvolver uma escala de notas e retornar ao começo da escala que da ao ritmo uma caracteristica muito diferente dos demais toques da capoeira, em especial da capoeira regional.
Banguela
Banguela é o mais lento toque de capoeira regional, usado para acalmar os ânimos dos jogadores quando o combate aperta. É um jogo cadenciado.
Amazonas
Amazonas é o toque festivo usado para saudar mestres visitantes de outros lugares e seus respectivos alunos. É usado em batizados e encontros.
Idalina
Toque para jogo de navalha. (Revista Praticando Capoeira, ano I, n.º 03).
Regional de Bimba
Regional de Bimba é um estilo da Capoeira voltada para o combate.
Criada pelo Mestre “Bimba”, dividiu a capoeira em dois estilos, sendo a outra a Capoeira de Angola, que até então era chamado de brincadeira dos angolas.
O que caracteriza a capoeira regional de Bimba, são as suas seqüências de ensino de ataque, defesa e contra-ataque, com movimentos mais objetivos e eficientes, sem muitos floreios rasteiros, consiste em saltos e golpes aéreos.
O praticante de capoeira regional de Bimba ganha força, velocidade, elasticidade, ferocidade, relfexo e controle mais amplo dos movimentos.
MÚSICA
A música é um componente fundamental da capoeira. Ela determina o ritmo e o estilo do jogo que é jogado durante a roda de capoeira. A música é composta de instrumentos e de canções, podendo o ritmo variar de acordo com o Toque de Capoeira de bem lento (Angola) a bastante acelerado (São Bento Grande).
Muitas canções são na forma de pequenas estrofes intercaladas por um refrão, enquanto outras vêm na forma de longas narrativas (ladainhas). As canções de capoeira têm assuntos dos mais variados. Algumas canções são sobre histórias de capoeiristas famosos, outras podem falar do cotidiano de uma lavadeira. Algumas canções são sobre o que está acontecendo na roda de capoeira, outras sobre a vida ou um amor perdido, e outras ainda são alegres e falam de coisas tolas, cantadas apenas para se divertir. Os capoeiristas mudam o estilo das canções freqüentemente de acordo com o ritmo do berimbau. Desta maneira, é na verdade a música que comanda a capoeira, e não só no ritmo mas também no conteúdo. O toque Cavalaria era usado para avisar os integrantes da roda que a polícia estava chegando; por sua vez, a letra é constantemente usada para passar mensagens para um dos capoeiristas, na maioria das vezes de maneira velada e sutil.
Os instrumentos são tocados numa linha chamada bateria. O principal instrumento é o berimbau, que é feito de um bastão de madeira envergado por um cabo de aço em forma de arco e uma cabaça usada como caixa de reverberação. O berimbau varia de afinação, podendo ser o Berimbau Gunga (mais grave), Médio (médio) e viola (mais agudo). Os outros instrumentos são: pandeiro, atabaque, caxixi e com menos freqüência o ganzá e o agogô.
CANTOS
A prática da capoeira está intimamente ligada à música, por ser esta uma arte completa que envolve o desenvolvimento físico e as aptidões artísticas de seus praticantes. A capoeira desenvolve-se ao som de uma "orquestra" muito particular e peculiar por n atureza. Esta orquestra é composta de um atabaque, dois pandeiros e de um a três berimbaus e, são estes instrumentos que acompanham as "cantorias da roda".
Dentre os vários tipos de "cântigos" de uma roda de capoeira, destacamos:
A Chula: É uma cantiga curta, normalmente feita de improviso que faz apresentação ou identificação. É entoada pelo cantador para fazer a abertura de sua composição. Normalmente faz uma louvação aos seus mestres às suas origens ou à cidade em que nasceu ou está no momento, pode ainda fazer culto à fatos históricos, lendas ou algum outro no momento, pode ainda fazer culto a fatos históricos, lendas ou algum outro elemento cultural que diga respeito à roda de capoeira. É comum aos cantadores da roda usare m a chula como introdução para as corridos e ladainhas e, durante a mesma é sugerido um refrão para o coro cantar.
O Corrido: Como o próprio nome já sugere, é uma cantiga que "acelera" o ritmo e que se caracteriza pela junção do verso do cantador com as frases do refrão repetido pelo coro total ou parcialmente, dependendo do tempo que o cantador dá entre os versos que canta. O cantador faz versos curtos e simples que são à toda hora repetidos e o conjunto deles é usado como refrão pelo côro. O texto cantado pode ser retirado de uma quadra, de uma ladainha ou de uma chula ou ainda de cenas da vida cotidiana, de um p assado histórico ou simplesmente da imaginação do cantador. Geralmente, o ocorrido é cantado nos toques de São Bento Grande, Cavalaria, Amazonas, São Bento Pequeno, sempre em toques mais acelerados.
A Quadra: É o que o nome diz, uma quadra. A quadra é uma estrofe curta de apenas quatro versos simples, cujo conteúdo pode variar de acordo com a criatividade do compositor que pode fazer brincadeiras com sotaque ou comportamento de algum companheiro d e jogo, pode fazer advertências, falar de lendas, fatos históricos ou figuras importantes da capoeira. Normalmente as quadras terminam com uma chamada ao côro que pode ser: camaradinha, camará, volta do mundo, aruandê, Iêê...Êêê...dentre muitas.
A Ladainha: É um ritmo lento, sofrido, dolente, é como uma reza, uma oração muito parecida com as que são feitas na Igreja Católica em louvor ao terço. O conteúdo de uma ladainha corresponde a uma oração longa e desdobrada pelo cantador em versos entrem eados pelo refrão repetido pelo côro. As ladainhas , exclusivas do jogo de Angola, são cantadas antes do início do jogo. Os participantes da roda devem ficar atentos ao cantador, pois na ladainha pode ser feito um desafio e, quando for dada a senha para o início do jogo qualquer um pode ser chamado neste desafio.
Exemplos:
CHULA "Vida de solteiro é dura de casado é muito mais o marido vai na festa ai meu bem... a mulher quer ir atrás se ele diz que não leva vira onça e diz que vai é por tudo isso que não caso prá viver a vida em paz Camaradinha... Iê, Aquinderê!... Mestre Cícero
CORRIDO "Chora menino nhem, nhem... o menino chorou nhem, nhem... cala a boca menino nhem nhem... mas porquê não mamou? nhem, nhem, nhem... Peça do Folclore
LADAINHA "Quando eu aqui cheguei quando eu aqui cheguei vim louvar a Deus primeiro e os moradores deste lugar agora eu tô cantando agora eu tô cantando cantando dando louvor tô louvando a Jesus Cristo porque nos abençoou Tô louvando e tô rogando tô louvando e tô rogando ao pai que nos criou abençoe esta cidade com todos os seus moradores e na roda de capoeira abençoe os jogadores." Mestre João Pequeno
QUADRA "A canoa virou, marinheiro ô, no fundo do mar tem dinheiro A canoa virou, marinheiro ô, no fundo do mar tem dinheiro" Autor não conhecido
Normalmente, depois que a roda acaba, é feito um "samba de roda" para acalmar os ânimos mais exaltados durante o jogo. O samba de roda tem letra um pouco mais longa do que o corrido e a quadra, mas se compara bem de perto ao conteúdo de uma chula ou ladainha:
Exemplo: SAMBA DE RODA "Pisa na linha levanta o boi Levanta meu boi do chão Pisa na linha levanta o boi levanta, levanta Amanhã é dia santo dia do Corpo de Deus quem tem roupa vai na missa quem não tem faz como eu pisa na linha levanta o boi .... Peça do Folclore
Para cada situação um canto diferente: Nas rodas de capoeira, são cantadas as proezas dos jogadores e, também, as suas quedas e suas desavenças. É por aí que são estimulados os movimentos que o jogo exige; é também, uma maneira de passar adiante os ditos populares, dando asas à imaginação das pessoas; ainda, é uma forma de quem está tocando e cantando, fazer uma "brincadeira" com os jogadores.
Por exemplo:
Quando o jogo está desanimado, canta-se: BIMBA MANDOU LUTAR... (côro) LUTAR - Quando o jogador leva "a pior" e sai reclamando, canta-se: O MENINO CHOROU, NHEM, NHEM, NHEM... - Quando o jogo virar para o lado da violência, canta-se: CAMARADA QUE É MEU CAMARADA, (côro) É MEU IRMÃO... - Quando o jogador cai e se machuca, canta-se: CAPOEIRA ESCORREGA E LOGO TÁ DE PÉ QUEM FICA NO CHÃO CAPOEIRA NÃO É NA VIDA SE CAI OU SE LEVA RASTEIRA QUEM NUNCA CAIU, NÃO É CAPOEIRA - Quando entra mulher na roda, canta-se: Ô MULHER, LEVANTA A SAIA E VEM JOGAR... SE ESSA MULHER FOSSE MINHA, EU ENSINAVA A VIVER EU LEVAVA PRÁ RODA, E ENSINAVA A ARMADA E MACULELÊ... - Prá terminar a roda em paz, canta-se: ADEUS, ADEUS, VAMOS SAIR EU JÁ VOU-ME EMBORA, BOA VIAGEM...
Autor: Adriana Fernandes